Cerca de 700 funcionários terceirizados da Universidade Federal de Sergipe (UFS) estão com os salários atrasados. A denúncia foi feita pelo Sindicato dos Trabalhadores Técnico-administrativos em Educação da UFS (Sintufs), que alerta para a recorrência do problema e os prejuízos causados aos trabalhadores.
Segundo o sindicato, os atrasos afetam profissionais que atuam em áreas como jardinagem, limpeza, setor administrativo e comunicação. Pelo menos três empresas terceirizadas – D&L, Clarear e Benit – ainda não efetuaram os pagamentos. No caso da D&L, além dos salários atrasados, os trabalhadores também não receberam vale-alimentação e vale-transporte, o que tem impedido muitos de se deslocarem até os locais de trabalho.
Atualmente, a UFS mantém contratos com 12 empresas terceirizadas, empregando um total de 1.029 trabalhadores. A D&L Serviços de Apoio Administrativo LTDA possui o maior contrato, com 359 funcionários, mais do que a soma das duas empresas seguintes, que empregam 195 e 150 trabalhadores, respectivamente.
O Sintufs destaca que a situação é inédita, já que em casos anteriores a UFS costumava assumir os pagamentos dos salários atrasados, mas nunca houve atraso nos benefícios. Diante da gravidade do cenário, a UFS autorizou que os trabalhadores da D&L realizem suas atividades de forma remota para minimizar os impactos até que os pagamentos sejam regularizados.

Posicionamento da UFS e medidas adotadas
Em nota, a UFS reconheceu que os atrasos são consequência da não aprovação do orçamento de 2025 pelo Congresso Nacional, o que impactou diretamente a liberação de recursos financeiros. Entretanto, a universidade destacou que a responsabilidade pelos pagamentos é das empresas terceirizadas contratadas.
A instituição informou que já solicitou os recursos ao Governo Federal e que, para mitigar os impactos, irá cobrir os custos do vale-alimentação e do vale-transporte dos trabalhadores afetados. Além disso, a universidade comunicou que irá reter o valor da fatura de março para realizar o pagamento diretamente aos colaboradores terceirizados.
A UFS esclareceu ainda que os demais direitos trabalhistas, como FGTS e INSS, estão resguardados por meio da ferramenta “conta vinculada”, prevista nos contratos licitatórios, garantindo a segurança dos trabalhadores mesmo em caso de inadimplência das empresas contratadas.
A Proplan (Pró-Reitoria de Planejamento e Orçamento) informou que há uma licitação concluída para a substituição da D&L, mas a decisão de efetivar a troca caberá à próxima gestão da universidade. O contrato atual com a empresa D&L possui validade até dezembro de 2024, mas cláusulas contratuais permitem a rescisão antecipada em caso de descumprimento das obrigações trabalhistas.
O reitor eleito da UFS, André Maurício, afirmou que não havia sido informado sobre os atrasos até a reunião de transição realizada na quarta-feira (12). Ele garantiu que sua gestão dará prioridade ao pagamento de salários e bolsas, mas ressaltou que a resolução definitiva do problema depende da aprovação do orçamento federal.