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Edvaldo Nogueira é hoje a maior ameaça à reeleição de Rogério Carvalho?

Rogério Carvalho e Edvaldo Nogueira

Com a vitória de Rogério Carvalho na eleição interna do PT em Sergipe, uma batalha estratégica foi vencida, mas o jogo pela reeleição ao Senado ainda está longe de ser decidido. Ao derrotar Cássio Murilo e assumir o controle da direção estadual do partido, Rogério não apenas consolidou seu domínio sobre a máquina petista local, mas também inviabilizou, politicamente, a tese defendida por Márcio Macêdo de que o PT poderia lançar duas candidaturas ao Senado em 2026.

Desde o início, Márcio sustentava que o partido poderia sustentar mais de um nome na disputa, apostando em seu próprio nome uma ampliação da representatividade petista. Rogério, por sua vez, foi claro. Só cabe um candidato: ele mesmo. E com a vitória no PED, essa narrativa se impôs. Márcio, que flertava com a possibilidade de entrar na disputa majoritária, está fora do jogo, por mais que movimentos internos reafirme que não.

Mas se um adversário foi neutralizado dentro do partido, outro ainda mais perigoso se fortalece por fora: Edvaldo Nogueira.

O ex-prefeito de Aracaju, filiado ao PDT e com histórico de diálogo com a esquerda, o centro e parte do eleitorado lulista, surge como o nome mais capaz de atrair votos que, em 2022, foram para Rogério por falta de alternativa no mesmo campo político. Edvaldo tem capital político, recall, base consolidada na capital, que é o maior colégio eleitoral do estado, e carrega a imagem de gestor técnico, com apelo moderado.

Nos bastidores, a preocupação entre aliados de Rogério é evidente. Se confirmada a candidatura de Edvaldo, o risco não está apenas em perder votos à esquerda, mas em quebrar a lógica de polarização direta entre um nome petista e os quadros bolsonaristas. Rodrigo Valadares, Eduardo Amorim, André Moura e Alessandro Vieira orbitam o campo da direita e centro-direita. Mas Edvaldo não. Ele fura essa bolha. E pode dividir um eleitorado que, embora não seja necessariamente petista, vota com frequência no campo progressista.

Com a vitória interna, Rogério se livrou do “fogo amigo” petista. Mas ainda precisa enfrentar o risco de ver sua base diluída com a confirmação de Edvaldo na disputa do ano que vem.

A esquerda institucional pode até estar unida, mas o eleitorado, como a história mostra, nem sempre obedece a esse script.