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Thiago de Joaldo recua e aposta no mea culpa após apoiar a PEC da Blindagem

O deputado federal sergipano Thiago de Joaldo foi protagonista de um dos movimentos políticos mais comentados da semana ao votar favoravelmente à PEC da Blindagem, defendê-la publicamente e, diante de intensa pressão, recuar em sua posição, prometendo trabalhar para barrar a proposta no Senado. O episódio revela não apenas as turbulências do Congresso Nacional, mas também o quanto os ventos das redes sociais podem redirecionar rumos políticos.

Logo após a aprovação da PEC da Blindagem, Thiago de Joaldo não hesitou em se posicionar nas redes sociais, justificando seu voto sob o argumento de proteção à democracia e à liberdade de opinião parlamentar. “Blindar o mandato não é esconder crime, é garantir que a voz de milhões de brasileiros siga livre no Parlamento Nacional”, afirmou, ao mesmo tempo em que negava que a PEC servisse de escudo para corruptos, insistindo que o objetivo seria evitar “perseguições judiciais com viés político e ideológico”. No vídeo, o deputado evocou exemplos como Marcel van Hattem e Daniel Silveira para ilustrar casos de parlamentares punidos “só por palavras ditas”.

Contexto político: A proposta de Emenda à Constituição rapidamente polarizou o debate entre parlamentares e sociedade civil. Se, por um lado, setores conservadores ressaltam a importância de proteger a independência dos mandatos, por outro, especialistas e movimentos pela transparência alertam para o risco de impunidade com regras que restringem o alcance de processos judiciais em curso contra parlamentares. Em Sergipe, páginas como “Política de Fato” e “Bancada Sergipana” amplificaram críticas e trouxeram bastidores sobre o desgaste do deputado junto a sua base, evidenciando que o apoio à PEC poderia manchar seu capital eleitoral para as disputadas eleições de 2026.

O curioso é observar que, diante da avalanche de críticas muitas vindas diretamente de suas redes sociais, outras propagadas por colegas e pela imprensa local, Thiago optou por reconhecer o erro publicamente. “Como eu não tenho compromisso com o erro e nem dúvidas com a justiça, reconheço que falhei, peço desculpas e trabalharei para corrigir”, declarou, prometendo somar-se “a outros colegas que também escutaram as vozes das ruas para derrubar a PEC no Senado”. O tom de autocrítica é raro em tempos de radicalização política, revelando um político atento não apenas à opinião pública, mas sobretudo ao impacto de suas ações no cenário estadual.

Destacam-se, de suas manifestações, frases como “o remédio pode ter saído mais letal do que a enfermidade que se queria tratar” e “vergonha insistir no erro, coragem assumi-lo de frente e lutar para consertar”. Ao se comprometer com o voto contrário à PEC, Thiago talvez busque se reconectar com um eleitorado cada vez mais vigilante, especialmente num estado onde as redes sociais se tornaram arena decisiva para a formação de reputação política.

O caso do deputado Thiago de Joaldo expõe tanto os limites da blindagem parlamentar quanto a vulnerabilidade das lideranças perante a pressão das ruas e das redes. Resta saber se o mea culpa será suficiente para recuperar a confiança da base sergipana e afastar o fantasma de oportunismo diante de um cenário eleitoral cada vez mais competitivo. Afinal, quem de fato representa os interesses do povo: quem vota e resiste à pressão ou quem assume o erro e volta atrás sob o escrutínio das urnas digitais? A resposta pode selar não apenas o destino da PEC da Blindagem, mas também a trajetória de Thiago rumo a 2026.