Durante coletiva de imprensa na última quinta-feira, 17, o governador Fábio Mitidieri foi provocado sobre a possibilidade da prefeita de Aracaju, Emília Corrêa (PL), disputar o governo de Sergipe em 2026. A questão surgiu após Emília declarar, em entrevista à Rio FM, que gosta de desafios e que não descarta entrar na disputa estadual.
Mitidieri respondeu com tranquilidade, reconhecendo o direito democrático de Emília concorrer. Mas foi além. Bem-humorado, soltou um comentário que teve mais acidez do que humor: disse que sua afinidade com o vice-prefeito de Aracaju, Ricardo Marques, é maior do que com Emília. E arrematou: “Tenho certeza que se ele chegar à prefeitura com a renúncia dela, vamos fazer uma grande parceria e muitos investimentos em Aracaju”.
A provocação foi clara e calculada. Ao elogiar Ricardo Marques, Mitidieri planta a ideia de que, com Emília no comando da capital, Aracaju perde, mas com Ricardo na prefeitura, a cidade pode ganhar obras e investimentos que a gestão atual não conseguiu destravar. E mais: sugere que Aracaju pode ser moeda de troca no xadrez político estadual.
A fala de Mitidieri coloca Emília diante de um dilema. Se insistir no discurso de “gostar de desafios” e decidir pela candidatura ao governo, deixará a prefeitura nas mãos de um vice que terá boa relação com o Palácio dos Despachos. Por outro lado, se recuar, passará a impressão de que o desafio ficou grande demais ou de que teme perder capital político.
Aguardemos as próximas movimentações das peças desse jogo.





