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Após crítica de Emília, Ricardo Vasconcelos responde com recado em tom junino: “Não venha de lagartixa, que eu tô de azulejo”

(Foto: Luanna Pinheiro)

Um dia depois de a prefeita de Aracaju, Emília Corrêa, dizer publicamente que vereadores da base que usam a tribuna para criticar a gestão estão “no foro errado”, o presidente da Câmara Municipal, Ricardo Vasconcelos, respondeu à altura, sem citar nomes, mas deixando claro o recado. E fez isso usando metáforas enraizadas na cultura popular nordestina, em pleno clima de São João.

Durante a sessão desta terça-feira, 3, Ricardo adotou o tom de reflexão, misturado a frases de efeito populares atribuídas ao saudoso radialista sergipano Hilton Lopes. As máximas escolhidas foram tão simbólicas quanto calculadas: “Passarinho que briga com o pé de pau, não tem onde dormir”; “Em terra de sapo, de cócoras com ele”; e a mais contundente (e reveladora) “Não venha de lagartixa, que eu tô de azulejo”.

As entrelinhas do discurso de Ricardo dialogam diretamente com a fala da prefeita, que havia deixado claro seu incômodo com aliados que vocalizam críticas à gestão de forma pública. Segundo Emília, “vereador que é da base e leva problema para a tribuna está no foro errado”, sugerindo que o papel dos aliados seria resolver nos bastidores, não expor as falhas da administração.

Já Ricardo, sem confrontar diretamente, deixou evidente que não aceita silenciamento ou enquadramento político. “Vamos nos alinhar com a sociedade”, disse ele, reforçando o papel fiscalizador do parlamento e ressaltando que os vereadores foram eleitos “para entregar resultados, não viver de questiúnculas ou picuinhas”.

Em meio às festas juninas e às disputas de bastidores, o tom do presidente da Câmara ressoa como um aviso. Pode ter sido com bandeirolas, mas o recado foi direto: se o agrupamento político de Emília quiser impor obediência cega à base aliada, encontrará resistência, com sanfona, azulejo escorregadio e fogueira acesa.