Às vésperas da Cúpula do Clima da ONU, lideranças do setor público e privado se reuniram em Brasília para discutir bioeconomia, sustentabilidade e inovação no país
A 3ª e última edição do CNN Talks COP30 reuniu, na noite da última quarta-feira (15), em Brasília, algumas das principais lideranças nacionais ligadas à agenda do clima e ao financiamento da transição energética. O encontro, promovido pela CNN Brasil, marcou o início da contagem regressiva para a Conferência do Clima da ONU (COP30), que será realizada em Belém (PA) em novembro, e consolidou a posição do país como protagonista global na busca por soluções sustentáveis.
Durante as discussões, André Aranha Corrêa do Lago, presidente da COP30, destacou que a cúpula será uma “COP da implementação”, na qual o Brasil terá a oportunidade de apresentar ao mundo projetos concretos de transição verde. Segundo ele, o evento será uma “enorme vitrine para o que o país está fazendo”, com destaque para iniciativas como o Tropical Forests Forever (TFF), fundo que propõe um novo modelo de cooperação internacional para preservação das florestas tropicais.
“Essa agenda tem tudo para favorecer o Brasil, que possui imensas vantagens geopolíticas. Queremos mostrar que o país está cheio de soluções e ideias. A COP será uma oportunidade para projetar o Brasil na economia contemporânea”, afirmou durante painel.
O diplomata também ressaltou a importância do setor privado no financiamento climático. Segundo ele, apenas a participação empresarial será capaz de transformar os atuais US$ 300 bilhões destinados à adaptação em investimentos na casa de US$ 1,3 trilhão por ano, como prevê o roadmap de Belém. “Os países em desenvolvimento pagam caro para acessar capital e recebem menos do que precisam. Por isso, o setor privado é essencial: ele pode multiplicar em até 25 vezes os investimentos até 2035”, reforçou.
André ainda destacou que as energias renováveis vivem um momento de irreversibilidade, impulsionadas pelo avanço tecnológico da China e por compromissos internacionais de triplicar a capacidade global instalada. “Há muito otimismo. A transição é irreversível e representa não só uma agenda ambiental, mas uma nova lógica de crescimento econômico”, pontuou.
Belém pronta para receber o mundo
O governador do Pará, Helder Barbalho, apresentou o legado de infraestrutura e sustentabilidade que prepara Belém para o maior evento diplomático das Nações Unidas já realizado no Brasil. Segundo ele, 98% das obras estão concluídas, com R$ 5 bilhões investidos em um ano e meio.
Entre as entregas, estão a duplicação do aeroporto, o novo sistema BRT metropolitano, a maior estação de tratamento de esgoto da cidade e a revitalização da área portuária, que abriga o maior investimento em bioeconomia do mundo. “Queremos transformar Belém em um grande cluster, unindo ciência, tecnologia e o conhecimento ancestral dos povos da floresta. O desafio é fazer com que floresta viva valha mais do que morta, monetizar os serviços ambientais e mostrar que é possível crescer preservando”, explicou.
“Barbalho destacou também a redução de 65% no desmatamento do Pará desde 2018 e o potencial do estado em gerar créditos de carbono, com um estoque estimado em 350 milhões de toneladas capturadas. “Hoje, o Pará pode se apresentar como um estado neutro em emissões. A bioeconomia é nossa nova vocação e queremos inspirar o mundo a partir da Amazônia”, afirmou.
Desenvolvimento e inclusão na transição verde
A secretária de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Julia Cruz, reforçou que os investimentos em descarbonização devem ser vistos como projetos de desenvolvimento econômico e social, e não apenas ambientais. “A transição energética precisa ser inclusiva. Estamos falando de reduzir emissões, mas também de gerar emprego, renda e tecnologia. Não há sustentabilidade sem justiça social”, destacou.
Ao longo de sua participação, citou iniciativas que integram plataformas do BNDES e da BIP (Banco de Investimentos Públicos), voltadas à transformação de setores intensivos em carbono, como cimento, vidro e química, em indústrias mais limpas e competitivas.
Diplomacia, consenso e novas soluções
Encerrando o debate, Corrêa do Lago reforçou que o maior legado da COP30 será reafirmar o multilateralismo como caminho para o diálogo e o consenso global, em um contexto geopolítico desafiador. “Queremos mostrar que ainda é possível chegar a consensos, mesmo num mundo polarizado. A COP30 será a prova de que a cooperação internacional continua sendo o melhor instrumento da diplomacia.”
Para o embaixador, o Brasil tem a chance de redefinir a percepção global sobre seus setores produtivos. “Floresta, agricultura e mineração serão apresentadas não como problemas, mas como soluções para o clima”, concluiu.
Também fizeram parte do time de painelistas do evento:
- Marcelo Behar, enviado especial da COP30 para Bioeconomia
- Eduardo Riedel, governador do Mato Grosso do Sul
- Arnaldo Jardim, deputado federal e membro da Comissão Especial sobre Transição Energética e Hidrogênio Verde
- Ben Backwell, CEO da Global Wind Energy Council
- Silvana Machado, executiva de Sustentabilidade do Bradesco
- Rogério Santana, head de Relacionamento com Clientes da B3
- Tomás Manzano, CEO da Copersucar
- João Irineu, vice-presidente de Assuntos Regulatórios da Stellantis para a América do Sul
- Marcelo Lyra, vice-presidente de Comunicação, ESG e Relações Institucionais da Acelen
Essa edição do CNN Talks contou com o apoio da Stellantis, Bradesco, Copersucar, Acelen, GWEC, B3 e do Governo do Estado do Mato Grosso do Sul. A íntegra do evento está disponível no canal oficial da CNN Money no YouTube.
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