Secretário de Estado da Saúde detalha avanços, metas e impacto do programa que integra a nova fase do Opera Sergipe
A saúde da mulher tem recebido atenção especial em Sergipe com a implementação do Opera Mulher, um programa que garante acesso a cirurgias eletivas por meio de uma linha de cuidado estruturada, da triagem ao pós-operatório. Integrando a segunda fase do Opera Sergipe, a iniciativa foi elaborada a partir de escuta ativa com entidades representativas e articulação entre diferentes secretarias de Estado.
Nesta entrevista exclusiva ao portal Fato Sergipe, o secretário estadual da Saúde, Cláudio Mitidieri, destaca os avanços do Opera Mulher, explica os fluxos de atendimento, detalha os desafios enfrentados pela gestão e projeta os próximos passos da política pública voltada à população feminina sergipana.

Fato Sergipe – Quais são os principais objetivos do Programa Opera Sergipe 2 e quais especialidades cirúrgicas estão sendo ofertadas?
Cláudio Mitidieri – O Opera Sergipe tem como objetivo principal ampliar a oferta de cirurgias eletivas no estado e, sobretudo, reduzir o tempo de espera dos pacientes do SUS por procedimentos de baixa, média e alta complexidade nos 75 municípios sergipanos. Com atendimento regulado, seguro e integral, o programa foi lançado em 2023 e, em 2025, entrou em nova fase com ainda mais robustez.
Hoje, contamos com 34 tipos de cirurgias disponíveis, sendo 15 de média e 19 de alta complexidade. Os pacientes podem acessar os serviços através das Unidades Básicas de Saúde (UBSs) ou diretamente nos hospitais credenciados. A unidade executora realiza o agendamento de todas as etapas, desde a triagem até o pós-operatório.
Entre os procedimentos ofertados estão: cirurgia bariátrica, ressecção endoscópica de próstata, endometriose, mamoplastia redutora, mamoplastia reconstrutora, cirurgia de polimastia, remoção de cálculos renais, remoção de cálculos em vias urinárias e cirurgias ortopédicas por videoartroscopia.
FS – Quantos procedimentos já foram realizados e qual a meta até o fim do ano?
CM – Na primeira fase, foram realizadas mais de 23 mil cirurgias. Nesta segunda fase, já ultrapassamos 150 procedimentos de alta complexidade. Seguimos trabalhando para ampliar esses números e reduzir cada vez mais as filas.
FS – Como funciona a seleção dos pacientes? Existe fila de espera específica?
CM – O programa é aberto a qualquer paciente com indicação médica para os procedimentos incluídos no rol do Opera Sergipe. Basta procurar a UBS ou um hospital credenciado, onde será inserido na lista e atendido de acordo com a gravidade do caso e a ordem de inscrição. O agendamento é feito pelas próprias unidades executoras.
FS – Quais são os hospitais credenciados no Opera 2?
CM – Participam da rede: Hospital de Cirurgia, Hospital do Coração da Rede Primavera, Hospital Santa Isabel e Hospital Amparo de Maria (em Estância). A escolha dessas unidades ocorreu via edital, considerando habilitação e capacidade técnica para cada linha de cuidado.
FS – O Opera 2 tem parcerias com instituições privadas e filantrópicas? Como funcionam?
CM – Sim. As unidades parceiras são contratadas pela Secretaria de Estado da Saúde e são remuneradas com base nos serviços realizados. Hospitais filantrópicos como o de Cirurgia, Santa Isabel e Amparo de Maria, além do privado Hospital Primavera, fazem parte dessa rede.
FS – O que motivou a criação do Opera Mulher e quais cirurgias ele contempla?
CM – A iniciativa surgiu da preocupação do governador Fábio Mitidieri e da secretária de Estado da Assistência Social e primeira-dama Érica Mitidieri, com apoio da Secretaria de Políticas para as Mulheres, liderada por Danielle Garcia. O Opera Mulher foca em demandas como cirurgias de endometriose, histerectomia e correção mamária, oferecendo um olhar mais sensível e prioritário à saúde da mulher.
FS – Quantas mulheres devem ser beneficiadas em 2025? Quais os critérios?
CM – Como a fila é dinâmica, não temos uma estimativa fechada. O acesso segue o mesmo fluxo do Opera Sergipe: a mulher procura a UBS ou hospital, e, se houver indicação para algum procedimento do Opera Mulher, será incluída na lista e atendida conforme necessidade e ordem cronológica.
FS – Como o Opera Mulher dialoga com as demais políticas de saúde da mulher?
CM – O programa nasce de um trabalho intersetorial e constante entre a SES, a Secretaria de Políticas para as Mulheres e a Secretaria de Assistência Social. Ouvimos entidades representativas femininas, construímos juntos e seguimos acompanhando os resultados para garantir que as propostas se alinhem às políticas públicas de saúde da mulher.
FS – Como o programa tem sido divulgado, especialmente em regiões afastadas?
CM – Utilizamos os canais oficiais do Governo do Estado e contamos com o suporte das secretarias envolvidas, dos municípios e do Cosems. Campanhas de comunicação, apoio da imprensa e mobilização das UBSs são estratégias essenciais para garantir que a informação chegue a todos os territórios.
FS – Existe acompanhamento pós-operatório estruturado?
CM – Sim. O Opera Sergipe inclui toda a linha de cuidado, com exames, acompanhamento médico e orientação pós-cirúrgica. A paciente sai da cirurgia com a segurança de que o Estado continuará acompanhando sua recuperação.
FS – Como o Governo mede a efetividade do Opera Mulher?
CM – A SES criou uma equipe dedicada para fiscalizar e avaliar o programa diariamente. Monitoramos indicadores como tempo de espera, volume de cirurgias realizadas e feedback dos usuários, garantindo que os objetivos do Governo estejam sendo alcançados com transparência e eficiência.