O que há poucos meses pareceria improvável começa a se desenhar com naturalidade nos bastidores da política sergipana. Durante a cerimônia realizada na última sexta-feira, 1º de agosto, em São Cristóvão, para celebrar os 15 anos de reconhecimento da Praça São Francisco como Patrimônio da Humanidade e a reabertura do Museu Histórico de Sergipe, um movimento político chamou atenção tanto quanto os anúncios oficiais: a aproximação do ex-prefeito Marcos Santana com o governador Fábio Mitidieri.
Reconhecido como um dos principais nomes da oposição ao atual governo na Grande Aracaju, Marcos agora sinaliza que pode integrar a base de Mitidieri. E o clima no evento passou longe de ser protocolar ou forçado. Pelo contrário. Brincadeiras e trocas descontraídas entre o governador, o prefeito Júlio Nascimento, e aliados próximos marcaram a noite. Mitidieri chegou a prometer despachar uma vez por mês no município, enquanto Júlio respondeu com a promessa de receber o governador com queijadinha e bricelet.
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Mas não foi por conta do lanche que essa aliança passou a fazer sentido político. O atual prefeito de São Cristóvão é filiado ao União Brasil, partido presidido em Sergipe por André Moura. Com forte influência sobre prefeitos do interior, André se mostra peça-chave na montagem da chapa governista para 2026, e ter nomes como Marcos Santana e Júlio ao lado de Mitidieri representa um avanço estratégico na consolidação da base estadual.
Outro sinal importante dessa movimentação foi a presença do deputado estadual Paulo Júnior no evento. Em fevereiro deste ano, ele havia assumido a liderança da oposição na Assembleia Legislativa de Sergipe. Seis meses depois, sua presença sorridente e entrosada com o grupo governista não passou despercebida. É mais um nome que pode estar prestes a migrar de lado, reforçando ainda mais a musculatura política de Mitidieri na reta até 2026.
Os últimos gestos deixam claro que a base do governo está em expansão, e que Fábio trabalha para montar um arco de alianças amplo, capaz de atravessar eventuais disputas internas e até antigas rivalidades. Se continuar nesse ritmo, não será surpresa ver até os nomes mais improváveis lado a lado no mesmo palanque.