Dark Mode Light Mode

Mitidieri pode estar desenhando estratégia de palanques múltiplos para 2026

Para quem acompanha a política sergipana, não é novidade que o governador Fábio Mitidieri deve fechar sua chapa para o Senado Federal com André Moura e Alessandro Vieira. Embora venha protelando essa definição pública, os bastidores indicam que esse arranjo está praticamente costurado. A questão que surge é: e os demais aliados, serão abandonados? Há muita conversa sobre aproximação com Rogério Carvalho e da manutenção da candidatura de Edvaldo Nogueira, por exemplo.

A estratégia que parece estar sendo desenhada para o ano que vem seria a seguinte: apesar de ter essa dobradinha principal definida, o governador não trataria isso como uma imposição fechada e obrigatória para todos os aliados. Ao contrário, ele já teria dado indícios em várias entrevistas de que cada um deve “correr atrás do seu”, sem necessariamente ter que embarcar na chapa oficial.

Movimentações recentes reforçam essa leitura. A prefeita de Umbaúba, Juliana Cardoso (Republicanos), e o prefeito de Lagarto, Sérgio Reis (PSD) já declararam apoio a Rogério Carvalho (PT), que mesmo que passe a fazer parte do agrupamento governista, não integrará a chapa majoritária de Fábio.

A sacada da estratégia seria esta: nas visitas oficiais às cidades durante a campanha, em cada carreata e discurso, o governador abriria espaço para as lideranças locais expressarem suas preferências. Nos palanques municipais, além de pedir voto pela chapa oficial, ele equilibraria a balança dando voz aos prefeitos para que endossem seus próprios candidatos ao Senado.

A lógica é simples: quem conhece a fundo um povoado remoto não é o governador, é o prefeito local. Com essa abertura, Mitidieri manteria a chapa principal bem definida e ao mesmo tempo abriria portas para alianças estratégicas com nomes como Rogério Carvalho, Edvaldo Nogueira e quem mais decidisse se lançar pelo grupo, desde que tenha chances mínimas e que o apoie, obviamente. Tirando esse peso, ele correria livre para seu principal objetivo: a reeleição.

E esse maior foco na reeleição de seu próprio nome é estratégica, pois apesar de haver leituras de uma vitória tranquila para Mitidieri, a oposição, por sua vez, vem se articulando com força e com investimento significativo. Haverá eleitores votando no outro lado apenas por oposição ao governo estadual, seja em Thiago de Joaldo (PP), Emília Corrêa (PL), Eduardo Amorim (PSDB) ou até em Valmir de Francisquinho (PL), caso algum milagre jurídico ocorra.

Essa estratégia de palanques flexíveis pode dar certo ou não. Somente o campo de batalha eleitoral responderá se essa costura de múltiplas alianças se sustentará ou se fragmentará a base governista. O fato é que a política sergipana para 2026 promete ser marcada por arranjos pouco convencionais e alianças em múltiplas camadas.