O motorista de uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi afastado por 30 dias após ser identificado como responsável pelo vazamento de fotos da médica Daniele Barreto, encontrada morta na cela do Presídio Feminino de Nossa Senhora do Socorro, em Sergipe. A Secretaria de Estado da Saúde (SES) confirmou a medida nesta quinta-feira (18).
A decisão pelo afastamento cautelar baseou-se em um relatório interno do Samu, que apontou indícios de conduta inadequada contra o servidor. A ação visa resguardar o interesse público enquanto o processo administrativo está em curso.
Segundo a Delegacia de Repressão a Crimes Cibernéticos (DRCC), vinculada ao Departamento de Crimes contra o Patrimônio da Polícia Civil de Sergipe, o motorista fotografou a médica já sem vida e compartilhou as imagens com pessoas próximas, que posteriormente as divulgaram amplamente. Essa informação foi confirmada pelo próprio investigado, bem como por outros profissionais do Samu durante depoimentos.
O condutor poderá responder criminalmente pelo crime de vilipêndio de cadáver, previsto no Código Penal.
Daniele Barreto, de 46 anos, era acusada de envolvimento na morte do marido, o advogado criminalista José Lael, assassinado em outubro de 2024. Após a revogação de sua prisão domiciliar pelo STF, Daniele foi recolhida ao presídio, onde foi encontrada morta.
A SES repudiou qualquer conduta incompatível com a ética e o respeito ao serviço público e informou que instaurou processo administrativo para rigorosa apuração da conduta do servidor, adotando as medidas cabíveis para o caso.
A investigação policial segue em andamento.