O senador sergipano Rogério Carvalho (PT) voltou a protagonizar um constrangimento em Brasília. Durante a reunião da Comissão de Fiscalização e Controle, ele chegou atrasado e perdeu a votação que aprovou a instalação da chamada “mini-CPI” dos Correios, proposta pela oposição. Sem a presença do líder do governo no Senado, os adversários tiveram caminho livre para aprovar o requerimento e ainda aproveitaram a ausência para desgastar a base governista.
Ao entrar na sala depois do resultado, Rogério tentou questionar o andamento da sessão, mas foi imediatamente cortado por Flávio Bolsonaro (PL-RJ). “Se quisesse discutir, chegasse antes. Seja honesto e diga que não estava na hora que devia estar”, disparou Flávio, numa invertida que deixou o clima ainda mais constrangedor.
A cena viralizou nos bastidores do Congresso: o líder do governo correu literalmente pelos corredores tentando reverter uma votação já encerrada, ficando sem espaço para se defender e ainda oferecendo palco para a oposição posar de “fiscal da ordem”.
O episódio gerou desconforto extra em cima do Planalto porque ocorreu apenas cinco dias após uma bronca pública do presidente Lula contra seus líderes no Congresso. Em reunião no Palácio do Planalto, o petista já havia se queixado da falta de articulação de Rogério Carvalho e de Randolfe Rodrigues, citando diretamente a falha dos dois na CPMI do INSS, quando a oposição conseguiu emplacar relatores da bancada da oposição ao governo.
A sucessão de erros expôs a fragilidade política do governo no Senado e deve ter irritado ainda mais Lula, que tem cobrado nos bastidores mais eficácia dos seus articuladores. Para aliados, já não passa despercebida a sequência de deslizes de Rogério Carvalho, que em menos de uma semana acumulou duas derrotas simbólicas e deu à oposição o que não vinha conseguindo na marra: narrativa de eficiência.