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As declarações da prefeita de Aracaju, Emília Corrêa (PL), sugerindo que vereadores da base governista não deveriam levar críticas à tribuna da Câmara Municipal continuam repercutindo negativamente, agora, com resposta direta do líder da oposição, vereador Elber Batalha (PSB).
Durante sessão nesta terça-feira, 3, Elber foi enfático ao afirmar que a prefeita, ao tentar limitar a atuação pública dos aliados, age contra os princípios constitucionais da função parlamentar. “É assim que a prefeita Emília Corrêa quer ver a bancada dela: amordaçada, sem direito a fala, sem direito a voz, sem direito a qualquer reclame”, disse o vereador.
O parlamentar também relembrou um episódio recente envolvendo o vereador Isac, quando foi questionado se a base estaria mesmo renunciando ao papel de fiscalizar. Elber respondeu que sua percepção vem justamente da postura adotada por Emília após assumir o Executivo. “A Emília de outrora, a Emília vereadora, questionadora, que defendia o debate, não é a mesma de hoje. Estou crente que ali era uma personagem criada, interpretada por anos, para atingir o seu objetivo”, criticou.
Para Elber, o atual comportamento da prefeita é contraditório com sua trajetória enquanto parlamentar. Ele citou exemplos recentes de vereadores governistas que trouxeram à tribuna problemas relatados pela população (como as chuvas destacadas por Binho e a falta de médicos denunciada por Fábio Meireles) e que, após isso, passaram a enfrentar constrangimentos vindos da própria gestão.
“Pela fala de Emília, quem é da base não pode falar, não pode reclamar, nem que seja de forma educada, um problema que a sociedade relata”, afirmou. Ele ainda relembrou uma entrevista antiga de Emília Corrêa, enquanto líder da oposição na Câmara, onde ela exaltava o papel fiscalizador do Legislativo: “Nosso dever é trabalhar em benefício dos aracajuanos e não em função do Executivo”, dizia Emília na época, em tom que, segundo Elber, contrasta com sua fala atual.
Para o líder da oposição, a Emília de hoje tenta “calar o parlamento”, algo que fere diretamente a independência dos Poderes. A crítica evidencia não apenas o desgaste da prefeita com setores da oposição, mas também os ruídos crescentes dentro da própria base aliada.
