Em entrevistas na última semana, o senador Rogério Carvalho demonstrou grande interesse em apoiar Valmir de Francisquinho, atual prefeito de Itabaiana, caso ele se candidate ao governo de SE em 26. Valmir, vale lembrar, foi impedido de disputar as eleições de 22 por improbidade administrativa, com base na Lei da Ficha Limpa, e acabou apoiando Rogério no 2⁰ turno daquele pleito.
No entanto, como o próprio Rogério destacou, ao ser questionado sobre a aproximação com o governador Fábio Mitidieri em pautas relacionadas à Petrobras (primeira parte deste vídeo), “ninguém se aproxima politicamente só por amizade”. Uma afirmação que não deixa de ser coerente.
Mas o que chama mais atenção foi o que ele disse em seguida: “Um político precisa ter, primeiro, compromisso com aquilo em que acredita, porque foi isso que o fez chegar à posição que ocupa.” Uma frase que, sem dúvidas, adiciona mais camadas à análise das movimentações recentes do senador.
Na mesma entrevista (segunda parte deste vídeo), Rogério sugere que sua relação com Valmir começou a se fortalecer durante a união de forças contra Mitidieri, nas eleições de 22. Porém, como ele mesmo insinuou, não existe almoço grátis.
Naquele momento, o interesse de Rogério era evidente. Ele acreditava que, ao unir forças com Valmir, poderia atrair parte dos quase 458 mil votos anulados pelo TRE. No entanto, a estratégia não se mostrou eficaz, e Mitidieri acabou saindo vitorioso.
Agora, em 2025, o que essa aliança significa? Será que Rogério acredita que uma aproximação com um dos principais representantes do PL em Sergipe é, de fato, o caminho para manter o que ele chama de “compromisso com aquilo em que acredita”? Ainda mais considerando que hoje ele ocupa o cargo de líder do governo no Senado.
E o PT, como interpreta essa aproximação? Afinal, trata-se de um movimento que envolve um político alinhado a um nome que é, na prática, o maior adversário do presidente da República.
Essas perguntas seguem no ar, mas, como o próprio senador alertou, antes da amizade, na política, SEMPRE há o interesse. Cabe ao eleitor tentar juntar as peças desse quebra-cabeça.