Programação de 2025 reduz participação de artistas sergipanos em mais de 50%, enquanto verba milionária vai para atrações nacionais
A nova programação do Forró Caju 2025, lançada pela prefeita de Aracaju, Emília Corrêa, gerou forte reação entre artistas locais e representantes sindicais da classe. A principal crítica recai sobre a drástica redução da participação de artistas sergipanos no evento, de um histórico de cerca de 280 nomes para apenas 130 este ano — uma queda de mais de 50%.
Durante o anúncio oficial da programação, os diretores do Sindicato dos Músicos de Sergipe (Sindmuse) foram convidados pela gestão municipal, mas saíram do evento indignados. “Fomos com esperança que ia dar tudo certo, mas vimos que a realidade é outra. A prefeitura cortou mais da metade dos artistas da cidade e destinou os recursos para grandes nomes nacionais, milionários, que vão levar todo o dinheiro embora”, acusou Tonico Saraiva, presidente do Sindmuse, durante entrevista à rádio Sim FM, no programa Sergipe Verdade.

Segundo Tonico, artistas tradicionais de Aracaju foram ignorados pela nova gestão cultural. Entre os nomes citados como excluídos da programação estão Chiko Queiroga e Antônio Rogério, figuras reconhecidas no cenário local. “Não é valorização, é propaganda enganosa. Isso mexe com a economia da cidade”, afirmou o representante.
Além da crítica à prefeita, o Sindmuse também acusa o presidente da Câmara Municipal de Aracaju, Ricardo Vasconcelos, de conivência com o esvaziamento da Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju). “A Cultura não pode virar um balcão de negócios. Funcaju não é comitê político”, disse Tonico.
Protesto
Como forma de protesto, os artistas anunciaram uma manifestação para a próxima terça-feira, dia 13, às 7h da manhã, em frente à Câmara Municipal de Aracaju. O ato promete reunir músicos, trios elétricos e apresentações de forró em tom de repúdio à atual política cultural da gestão municipal.