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Está nas redes sociais, nos jornais e nas conversas politizadas de bar. O STF manteve a apreensão do passaporte de Bolsonaro, impedindo-o de acompanhar a esposa na posse do presidente dos EUA, Donald Trump. Como esperado, Bolsonaro aproveitou o episódio para reforçar sua narrativa de Davi contra Golias.
Em vídeo postado nas suas redes sociais, Bolsonaro repete as mesmas afirmações de que é perseguido, mas que essa perseguição não é a ele em si, e sim ao que ele representa. “Eu represento, no mínimo, 58 milhões de pessoas no Brasil. Hoje, eu tenho certeza que muito mais do que isso.”
Essa fala nos dá duas leituras. A primeira é que ele tem convicção de que essa estratégia ainda continua poderosa. A segunda é que ele sabe que, atacando a figura pessoal de Lula, a sua, quase automaticamente, cresce.
Prova disso é o que ele diz logo a seguir. “Um homem que não tem compromisso com a família, um homem que diz que os maridos amam mais as amantes do que as esposas. Eu estou triste com a partida da minha esposa. Eu a amo.”
Diante dessa movimentação, temos o levantamento do Paraná Pesquisas. Lula só empata, com uma diferença mínima de 0,1%, caso Pablo Marçal entre na disputa. Nesse primeiro cenário, Lula fica com 34,0%; Jair Bolsonaro: 33,9%; Ciro Gomes: 11,3%; Pablo Marçal: 6,1%; Ronaldo Caiado: 4,7%; Helder Barbalho: 1,2%; Não sabe/não opinou: 3,3%; Nenhum/Branco/Nulo: 5,6%.
Com Marçal fora, Lula perde força, uma vez que Bolsonaro absorve parte desse eleitorado. Nesse caso, Jair Bolsonaro fica com 37,3%; Lula: 34,4%; Ciro Gomes: 11,7%; Ronaldo Caiado: 5,4%; Helder Barbalho: 1,4%; Não sabe/não opinou: 3,6%; Nenhum/Branco/Nulo: 6,2%.
São narrativas. Enquanto alguns produzem memes de “o choro é livre”, o lado que compra a imagem da “vítima do sistema” só ganha mais força.
Quem faz questão de alimentar a máquina de opiniões nas redes sociais precisa tomar cuidado, não apenas com a intenção da mensagem, mas com o formato que ela tem. E essa disputa “Bolsonaro x Lula” é o exemplo perfeito de que, na internet, mais vale o que parece do que o que, de fato, é.
