Por Antonio Oviêdo
Imagine se seu salário aumentasse 330% em quatro anos e, mesmo sabendo que a Justiça troque seu chefe, mas você sabe que continuará com os mesmos privilégios. O que você faria? A resposta dos presidentes de 25 federações e 10 clubes das Séries A e B é que continue tudo como está. E isso é favorável ao futebol brasileiro? Pelos últimos resultados da seleção nacional, vemos que não.
E quem é Samir Xaud, que foi eleito neste domingo, 25, como novo presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), substituindo o afastado Ednaldo Rodrigues? Samir Xaud é médico e empresário, tem 41 anos, e, o mais importante no seu currículo para esse cargo, ele é filho do presidente da Federação de Futebol de Roraima nos últimos 40 anos. E a pergunta que fica é: você já viu algum grande feito do futebol roraimense nesse tempo? Eu não.
Pra completar, Samir Xaud tem vários processos na Justiça, desde improbidade administrativa, suspeita de erros em laudos médicos até problemas na Justiça Trabalhista em seus empreendimentos.
Essa eleição, sem opositores, é mais um tiro de misericórdia na combalida organização do futebol nacional. Até o dia anterior ao início da Série B, não havia nem transmissora para passar os jogos.
Não há solução fácil para o futebol brasileiro. Mas um primeiro passo, que acho que dificilmente será dado, e dar um pouco mais de poder eleitoral aos clubes e não ficar refém de federações. E desse jeito como o futuro aparece no horizonte, o hexa continuará sendo um sonho distante.