A Polícia Civil de Sergipe deflagrou a Operação Castelos, uma ação de combate à lavagem de dinheiro oriundo do tráfico de drogas. Durante a operação, foram cumpridos cinco mandados de prisão preventiva e 11 de busca e apreensão, além do bloqueio de valores e o sequestro de bens de investigados.
As investigações, iniciadas em março de 2022 pelo Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), contaram com o apoio da Divisão de Inteligência e Planejamento Policial (Dipol) e do Laboratório de Tecnologia contra Lavagem de Dinheiro (Lab-LD). Os levantamentos identificaram um núcleo criminoso familiar que utilizava empresas de fachada para movimentar cerca de R$ 20 milhões, ocultando os valores provenientes do tráfico.
Esquema financeiro e atuação do grupo
O grupo era responsável por lavar dinheiro de uma organização criminosa com atuação na Bahia, liderada por Fagner Souza da Silva, conhecido como “Fal”. Preso desde 2014 no Conjunto Penal Masculino de Salvador, ele continuava a movimentar recursos ilícitos com o apoio de familiares.
A investigação apontou que a estratégia utilizada envolvia empresas fictícias do setor de confecção, por meio das quais os valores eram circulados para dificultar a identificação da origem do dinheiro. Durante a análise do sigilo bancário e fiscal, foi constatado que as transações financeiras do grupo se aproximavam da marca de R$ 20 milhões.

Medidas judiciais e apreensões
Com o avanço da investigação, a 3ª Vara Criminal de Aracaju, com parecer favorável do Ministério Público, determinou a execução de diversas medidas contra o grupo, incluindo:
- Prisão de cinco investigados;
- Busca e apreensão em 11 endereços;
- Bloqueio de valores em contas bancárias;
- Sequestro de veículos e imóveis vinculados ao esquema.
O nome “Operação Castelos” faz referência à estratégia do grupo, que investia parte dos recursos ilícitos na aquisição de imóveis como forma de dissimular a origem do dinheiro.
Ação integrada e desdobramentos
A operação foi deflagrada simultaneamente em Aracaju (SE), Nossa Senhora do Socorro (SE), Salvador (BA) e Simões Filho (BA). A ação contou com o apoio de diversas unidades policiais, incluindo:
- Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil de Sergipe;
- Departamento Especializado de Investigações Criminais (Deic) e 5ª Delegacia Metropolitana;
- Coordenação de Operações e Recursos Especiais (Core) da Polícia Civil da Bahia;
- Força Correcional Especial Integrada (FORCE-COGER-SSP/BA);
- Polícia Penal da Bahia.
A Polícia Civil de Sergipe reforça que as investigações continuam para identificar outros envolvidos e ampliar as medidas de confisco de bens adquiridos com dinheiro ilícito. A ação faz parte de uma estratégia de asfixia financeira de organizações criminosas, garantindo o bloqueio de recursos e a responsabilização dos envolvidos.